Em Dourados jovem com intolerância a glúten conta como é viver com restrições alimentares
Com o diagnóstico ela aprendeu a driblar algumas situações, entre elas a orçamentária
“O que sinto mais falta com certeza é o pãozinho francês”, declara a publicitária Natália Marques Lazzarini, 22, que descobriu a Doença Celíaca em 2010. O problema é o glúten, uma proteína encontrada no trigo, no centeio, na aveia, na cevada e no malte. Um mal que começa no intestino e pode acarretar uma variedade de doenças e sintomas.
A maior dificuldade para os pacientes é conviver com as restrições impostas pelos novos hábitos alimentares. O principal tratamento é a dieta com total ausência de glúten; quando a proteína é excluída da alimentação os sintomas desaparecem.
“Eu tinha sintomas como falta de vitamina, cálcio, indigestão, barriga inchada. No começo era difícil encontrar produtos sem glúten, quando eu vinha pra Dourados eu trazia de Curitiba, hoje está bem mais fácil, eu moro aqui e encontro facilmente em algumas lojas”, conta a publicitária.
Apesar da facilidade ela ressalta que os preços ainda são altos. “São caros, infelizmente em qualquer lugar do Brasil é caro. A única coisa mais em conta é o macarrão, encontro facilmente nos mercados comuns e tem preço semelhante ao do produto comum”, explica.
Quem recebe o diagnóstico tem que aprender a driblar algumas situações, principalmente se tratando de vida social. “Hoje levo numa boa, meus amigos são muito queridos sempre procuram ir em algum lugar que tenha alguma coisa sem glúten, e eu sempre dou um jeito também, por exemplo, se for comer lanche eu peço no prato sem o pão”, disse Natália.
Para variar o cardápio ela criou também página no facebook para dividir receitas com outras pessoas na mesma condição. A jovem contou a redação da 94FM que o espaço na rede social foi um do primeiros. “Como é tudo bem caro, 1 kg de farinha sem glúten vai de 20 a 30 reais, a saída é fazer tudo em casa, misturar as farinhas (de arroz, milho, batata, polvilho, maizena) pra formar a "farinha pronta sem glúten. Tenho até uma página de receitas, no começo não tinha nenhuma no face, e deu super certo”.
Segundo a Fenacelbra - Federação Nacional das Associações de celíacos do Brasil, a doença afeta em torno de 2 milhões de pessoas no Brasil, mas a maioria dessas pessoas ainda estão sem diagnóstico. Foi feito um cálculo de que 1% da população mundial tem doença celíaca e não sabe.
A doença celíaca não tem cura, por isso, a dieta deve ser seguida rigorosamente pele resto da vida. É importante que os celíacos fiquem atentos à possibilidade de desenvolver câncer de intestino e a ter problemas de infertilidade.