Educadores afirmam que a prefeitura mente sobre valorização da categoria
Sindicato da categoria aponta inverdades em matéria divulgada pela administração municipal
Em greve por tempo indeterminado, os servidores ligados ao Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) afirmam que a Prefeitura de Dourados mente em publicações sobre a valorização da categoria. Em nota divulgada no site da organização sindical, os educadores apresentam dados para comprovar que a administração do prefeito Murilo Zauith (PSB) tem publicado inverdades sobre o salário dos docentes.
Leia também:
-‘Não é o prefeito quem define se a categoria volta’, garantem educadores em greve
-Prefeitura de Dourados gasta 54% do que arrecada com salários
-‘Se o prefeito não tem competência, que passe o cargo para outro’, sugere presidente de conselho
A indignação dos educadores é motivada por matéria veiculada pelo site da prefeitura na quarta-feira, dia 16. Com o título “Reajuste a professores em Dourados chega a 50% em 4 anos”, essa publicação pontua que “nunca na história de Dourados os professores foram tão valorizados”.
MENTIRAS
“Nos primeiros três anos de gestão do prefeito Murilo (2011, 2012 e 2013), os salários do grupo do magistério foram reajustados em 41%. Para se ter uma ideia do ganho, nos três anos anteriores (2008, 2009 e 2010) a soma dos reajustes chegou a 25,5%. O ganho para o professor no governo Murilo em relação ao período trianual anterior é de 15,5%”, alega a prefeitura.
Mas os educadores garantem que essas informações não passam de mentiras. Segundo o Simted, os números apresentados pela administração municipal “não condizem com a realidade salarial do grupo do magistério”. “O prefeito até o momento está na história de Dourados como o gestor que cumpriu o mínimo que a lei determina”, disparam os grevistas.
REPOSIÇÃO ANUAL
Quanto à reposição anual de 2011, 2012 e 2013, o Simted esclareceu “foi resultado da lei 11.738, que instituiu o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica. Uma luta e conquista histórica dos professores em nível de Brasil”.
Por esse motivo, segundo os educadores, “a prefeitura nada mais fez que cumprir a lei que determina os reajustes anuais, não havendo nesse período qualquer política municipal de aumento salarial como afirma a própria prefeitura, mas somente a reposição anual como determina a lei”.
PISO NACIONAL
Os educadores se embasam no MEC (Ministério da Educação) para apresentar a evolução do piso salarial dos professores no Brasil para jornada de 40 horas (2010 = R$ 1.024,67; 2011= R$1.187,08; 2012 = 1.451,00; 2013 = 1.567,00; e 2014 = R$ 1.697,00). “O último valor não foi repassado até o momento”, informa o Simted.
Outra preocupação dos educadores foi esclarecer que o Piso Salarial atualmente é de R$ 1.567,00 para uma jornada de 40 horas. “Ou seja, os docentes recebem R$ 783,50 para uma jornada de 20 horas, pouco mais que um salário mínimo”, relatam os grevistas, acrescentando que isso contradiz “a afirmação da prefeitura de que os docentes tiveram os melhores reajustes nos últimos anos”.
DESVALORIZAÇÃO
“Ainda sobre a questão salarial é importante pontuar que Dourados está em 63º lugar no ranking de salários em Mato Grosso do Sul, perdendo para municípios muito menores em termos de arrecadação, apesar de ser a segunda maior economia no estado”, diz o Simted.
Os trabalhadores da educação também destacaram que a implantação de um terço da hora atividade foi uma conquista da greve deflagrada em 2013. Eles enfatizam que o prefeito Murilo Zauith apenas cumpriu o que está disposto na lei do Piso Salarial Nacional, aprovada em 2008. “Dessa forma, se passaram 5 anos para que fosse cumprida a lei da redução do tempo do professor em sala de aula, para preparar aulas e participar de formação continuada”.