Douradense critica demora na saúde de Dourados “estou sofrendo há oito meses esperando uma cirurgia”
Mãe de dois filhos, a douradense Franciele Santos, 26 anos, usou as redes sociais para desabafar sobre o atraso no atendimento da saúde pública do município. “Vai fazer oito meses que sofro com pedra na vesícula, freqüentando o Hospital da Vida (HV) quase todos os dias”, explicou.
Ela conta ainda que está com todos os exames prontos e seu quadro vem piorando. Com um bebê de sete meses, há 15 dias Franciele não consegue pegá-lo no colo por conta da dor. “Vou ao hospital me aplicam soro e me mandam de volta. Me disseram que ainda tem 123 pessoas na minha frente, mas eu preciso de ajuda, não posso mais esperar tanto tempo”, desabafou.
Pedra na vesícula, uma bomba-relógio
O rompimento da vesícula biliar assemelha-se ao apendicite, pondo o paciente em risco de morte devido à possibilidade de infecção generalizada”, explica o cirurgião Renato Rezende, em uma entrevista sobre o assunto.
A vesícula biliar é um órgão auxiliar do fígado. Funciona como um armazém que libera a biles quando há alimentos no estômago. Acabou a digestão, a vesícula volta a armazenar a bile.
Os cálculos começam a se formar quando a vesícula não consegue liberar todo estoque de biles regularmente. A biles é uma substância cuja composição inclui colesterol e cálcio. Esses resíduos que se depositam nos dutos que levam até a vesícula são a grande preocupação dos médicos.
A literatura médica indica que as mulheres são as mais efetadas pelo problema na proporção de um homem para cada três mulheres. Cerca de 15% da população desenvolve cálculo na vesícula ao longo da vida, muitas vezes de forma até mesmo assintomática.
Apesar de existirem medicamentos e tratamentos que tentam minimizar os sintomas provocados pelo cálculo vesicular, o melhor tratamento ainda é a intervenção cirúrgica. No procedimento, a vesícula é simplesmente retirada, assim como ocorre quando ocorre a inflamação do apêndice.