Deputado ignora polêmica sobre cota e é o novo calouro de direito da UFGD
O deputado federal Geraldo Resende (PMDB) vai mesmo estudar direito na UFGD (Universade Federal da Grande Dourados). Apesar de toda a polêmica criada em dezembro de 2014 por ele ter utilizado o sistema de cotas destinado a quem cursou o ensino médio em escola pública, o parlamentar sul-mato-grossense confirmou a matrícula.
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De férias, Geraldo Resende foi representado por uma procuradora, que apresentou os documentos exigidos e fez a inscrição dele no curso da Faculdade de Direito, que funciona na sede da instituição em Dourados. O prazo para confirmação da matrícula da primeira chamada terminou no dia 9 deste mês.
Favorecido no vestibular, já que a cota social garante mais chances ao candidato que cursou o ensino médio na rede pública, o deputado agora é calouro no segundo curso mais concorrido da UFGD, que teve 1.236 candidatos inscritos para as 27 vagas abertas para este ano– concorrência de 45,78 por vaga. O mais concorrido é o curso de medicina – 94,08 candidatos por vaga.
Médico, formado no Ceará na década de 80, o deputado, de 59 anos, comentou sobre a polêmica na época em que sua aprovação no vestibular virou notícia. “Mais uma vitória que atribuo à sólida formação que obtive por ter sido aluno da Escola Estadual Presidente Vargas, onde cursei os atuais ensino fundamental e médio. Nunca é tarde para adquirir novos conhecimentos e conquistar novos horizontes”.
Segundo ele, qualquer cidadão brasileiro tem o direito de se inscrever no vestibular por meio do sistema de cotas. “Não entendo essa polêmica, já que a cota é para todos que estejam dentro dos critérios. Se estão criando polêmica talvez sejam pessoas que não conhecem minha história e que querem arrumar qualquer motivo para criticar político”, disse Geraldo, no dia 24 de dezembro.
Além desta polêmica, Resende ainda respondeu com rispidez e grosseria os internautas que o indagaram sobre o vestibular.
“O que vejo é apenas um bando de acusadores maldosos, tendenciosos e invejosos, que não tem a menor capacidade de reflexão e boa vontade em entender o que se passa, apenas lê e replica feito papagaios. Que vergonha alheia!”, rebateu o deputado colando e copiando o texto a todos que se posicionaram contra o ingresso através de cotas.
Outro ponto polêmico é que as aulas são presenciais, e as faltas excessivas são critérios de reprovação pela Universidade. Tendo em vista o pleito que assumirá em janeiro próximo, o deputado deve estar terça, quarta e quinta-feira em Brasília, para cumprir com seus compromissos como deputado, e teria somente dois dias da semana para assistir as aulas.
Julio Santtos, em seu comentário, questionou sobre a possível ausência do deputado na Câmara Federal. “Cursar Direito sendo político é muito fácil: mata-se sessão, mas não se mata aula. O Deputado Cotista está agindo conforme a lei. Parabéns pela consciência de ter mais uma formação além da medicina, agora escolha uma para exercer em breve porque ser deputado não é profissão e esse será seu último mandato.”
Mais uma vez, expondo o lado rude, Geraldo respondeu : “Não sabia, Julio Santtos que você é a nova Mãe Diná! Faz previsões...Não seja presunçoso, meu rapaz! Quem vai decidir meu futuro são meus milhares de eleitores, meu Deus e logicamente o que pretendo ser [sic]”.
Recentemente, a TV Record divulgou a primeira pesquisa de intenção de votos do Instituto Ícone, onde Geraldo Resende foi lembrado pelos douradenses como nome possível para representá-los na prefeitura do município. Uma disputa acirrada com Marçal Filho, que apareceu também apareceu em primeiro lugar da pesquisa, mesmo informando que não será candidato a nenhum cargo público nas próximas eleições.
Relativo à prefeitura de Dourados, o leitor Eivacir, em comentário de matéria anterior publicada no dia 24 de dezembro, comparou Geraldo Resende a um ‘presente de grego’, onde as boas intenções são apresentadas no início, mas as verdadeiras ações só aparecem depois. “Ainda sonha em ser prefeito de Dourados. Que Cavalo de Tróia você é”, acusou.
Karina Veríssimo com informações do Campo Grande News