Covid-19 não provoca mortes em Dourados desde maio, diz prefeitura

Estudo mostra que vacina bivalente colabora para queda dos casos graves e internações

  • Redação com Prefeitura de Dourados
Vacina bivalente contra a covid-19 está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Vacina bivalente contra a covid-19 está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

As infecções pelo vírus Sars-CoV-2, que provoca a covid-19, estão em queda na população adulta na maioria dos estados brasileiros, aponta o Boletim InfoGripe, divulgado na semana passada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O município de Dourados tem números que refletem esse estudo, com baixíssimo registro de casos positivos e sem óbitos causados pela doença há quase dois meses.

A melhoria do cenário é consequência direta do avanço do reforço da vacinação bivalente, iniciada pelo Ministério da Saúde em fevereiro para públicos prioritários e, desde abril, para todas as pessoas acima de 18 anos. O imunizante é aplicado em todas as Unidades Básicas de Saúde de Dourados.

Segundo o mais recente Boletim Epidemiológico da Covid-19, divulgado pela Sems (Secretaria Municipal de Saúde), os números relacionados à doença têm sido progressivamente positivos em todos os índices. Desde a última semana de maio, o registro de casos confirmados em Dourados recuou de 84 para uma média semanal de 21 casos em junho e, na primeira semana de julho, apenas três positivos. Neste universo, foram registrados oito casos graves e um óbito em maio, não sendo registrada mais nenhuma morte em decorrência da covid-19 desde então.

“Nós tivemos nas últimas oito semanas quedas nos casos de síndromes respiratórias, incluindo aí a covid-19, praticamente zerando os casos graves e óbitos, não registrando nenhum nas últimas seis semanas. Isso nos dá uma certa tranquilidade”, afirma Emerson Eduardo Correa, Gerente da Vigilância Epidemiológica.

Segundo ele, a proteção imposta pelo avanço da imunização em Dourados é uma das explicações para essa queda. “Temos boa parte da população com esquema vacinal completo em relação à monovalente e agora parte já recebeu o reforço com a bivalente. Isso ajuda, inclusive, as pessoas que não puderam se vacinar, seja por motivos de saúde ou às que, infelizmente, optaram por isso. O vírus está circulando bem menos graças a essa proteção”, explica Emerson.

Estudo

A afirmação de Emerson é comprovada também pela Ciência. Estudo dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos mostrou que indivíduos que receberam a dose de reforço atualizada bivalente da vacina contra a covid-19 tiveram 14 vezes menos chances de morrer da doença do que aqueles que nunca foram vacinados, e três vezes menos chances de morrer da doença do que pessoas que receberam apenas as vacinas monovalentes contra a cepa original.

Os idosos foram o grupo com maior aumento de proteção pelo reforço com a vacina bivalente. “Quando comparados com pessoas que não foram vacinadas, indivíduos vacinados com doses de reforço com vacinas bivalentes apresentaram proteção adicional contra a morte em relação a indivíduos vacinados com séries primárias ou com doses de reforço monovalentes”, registraram os autores do estudo.

Em entrevista à CNN, a pesquisadora da Fiocruz, Paola Rezende, diz que a atualização da vacina é fundamental na queda de casos, aparecimento de novas cepas e, consequente, fim do período pandêmico. “Hoje, temos vacinas eficazes para a redução de casos graves e controle dessa doença. Temos agora sendo disponibilizada uma vacina atualizada bivalente contra a variante Ômicron, e temos antivirais que também estão sendo disponibilizados para o controle do vírus. O cenário já está se tornando muito mais favorável para o fim dessa pandemia”, completa.

A vacina bivalente é aplicada em todas as pessoas acima de 18 anos que completaram o calendário vacinal com a monovalente (pelo menos as duas primeiras doses), com intervalo da última dose de, pelo menos, quatro meses.

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