Consumidores sentem no bolso o aumento do preço da carne em Dourados

Valores subiram até 10% nos últimos 30 dias

Os consumidores douradenses estão sentindo nos bolsos o aumento do preço da carne. Nos últimos dias, a diferença no valor dos produtos de origem animal tem assustado consumidores.

Estiagem e as baixas temperaturas que atingem várias regiões do Estado, principalmente a região sul, entre julho e agosto, causaram impactos negativos da pecuária da região. A seca no pasto e o baixo peso no rebanho foram responsáveis pelo aumento do preço da arroba do boi.

Dono de uma casa de carnes, Recciere Zanchetta Junior, disse que a situação está realmente complicada para quem comercializa o item. Em 30 dias os valores subiram entre 9% e 10% e ainda não estão estáveis. “ Diversos fatores contribuem com esse quadro, além das adversidades climáticas teve a política de centralização de abates do governo federal, a pressão dos criadores para a valorização do produto que, segundo eles, está com preço defasado, enfim, inúmeras circunstâncias”, explicou.

Junior contou ainda que com a diminuição de fornecedores em Dourados o gado vem de cada vez mais longe, vezes de Miranda, Bodoquena, e outros municípios, o que encarece o frete e conseqüentemente a carne. “Em julho e agosto, por conta do frio, há uma carência todo ano mas, outubro já começava a melhorar, o que não ocorreu em 2013. Outro detalhe é que no fim de ano os preços voltam a subir, e do jeito que está o mercado é de se preocupar, alguns menos otimistas dizem que os valores podem aumentar até mais 15%”, finalizou.

Presente na mesa da maioria dos brasileiros, o consumo de carne no Brasil cresceu de 36 quilos por pessoa por ano em 2010 para 42 quilos neste ano.

Segundo relatório do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), nesse ano foram abatidos 31,1 milhões de cabeças em todo o país, sendo que Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Pará e Rondônia, lideram os abates, com 70,6% dos abates no país. A produção total de carnes deve passar de 26,5 milhões de toneladas em 2013 para 35,8 milhões em 2023, um acréscimo de 34,9%.