Conselho Estadual de Agrotóxicos de MS recebe Embrapa para conhecer resultados de pesquisa no Rio Dourados

  • Assessoria/Embrapa
Foto: Rômulo Penna Scorza Júnior
Foto: Rômulo Penna Scorza Júnior

A Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) a convite da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), faz parte do Conselho Estadual de Agrotóxicos (CEA) de Mato Grosso do Sul. E nessa segunda-feira, 12 de abril, participou de reunião do Conselho, via Web Conferência. O objetivo foi a realização de palestra pelo Pesquisador Rômulo Penna Scorza Júnior, intitulada “Monitoramento dos resíduos de agrotóxicos em águas superficiais de MS”, com a apresentação do resultado de pesquisa desenvolvida em parceria da Embrapa Agropecuária Oeste com Embrapa Meio Ambiente, Ministério Público de Mato Grosso do Sul, Ministério Público Federal, Ministério Público do Trabalho e Instituto do Meio Ambiente de Dourados. Os resultados podem ser acessados, publicamente, pelo link https://bit.ly/3f8bL5F

Os resultados desse estudo mostram a necessidade de previsão e inclusão do Valor Máximo Permitido de agrotóxicos e produtos de degradação nas legislações estaduais e brasileiras. “Mas também reforçam a importância de ações que estão entre aquelas que são fontes de pesquisas e de transferência pela Embrapa, com destaque para medidas de racionalização do uso de agrotóxicos nos sistemas de produção, através do monitoramento de pragas e doenças para auxiliar na tomada de decisão do produtor. A utilização de outras táticas de controle, através de materiais tolerantes/resistentes, agentes de controle biológico e a adoção de sistemas sustentáveis, que priorizam uso adequado do solos, utilizando-se de estratégias que contribuam para a estruturação dos solos e manutenção da palhada, são ações que contribuem para maior infiltração da água nos solos e menores perdas por escoamento superficial”, alerta Harley Nonato de Oliveira, Chefe-Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, que falou na abertura da Reunião.

Jaime Verruck, secretário da Semagro, aponta tais trabalhos como “extremamente importantes para conhecermos a pesquisa e sinalizar outros avanços, além da qualidade da água todo ordenamento de agrotóxicos. ”

Análise

O pesquisador explicou na reunião que, durante o período de um ano (dezembro/2019 a dezembro/2020), 46 diferentes agrotóxicos e seus produtos de degradação, todos registrados no Brasil, foram monitorados. Os compostos selecionados nesse método foram estabelecidos com base no volume de comercialização de cada princípio ativo em Mato Grosso do Sul, uso nas culturas de soja, cana-de-açúcar e milho e a previsão legal dos valores máximos permitidos em água superficial estabelecidos nas legislações estadual e federal.

De um total de 46 diferentes agrotóxicos e seus produtos de degradação considerados nesse estudo, encontrou-se 32 desses compostos em pelo menos uma amostra, resultando na frequência de ocorrência igual a 70% dos compostos analisados. Desses 32, agrotóxicos detectados, o cientista relata que apenas a atrazina (0,130 µg L-1) chegou mais próxima ao valor máximo permitido estabelecido na legislação brasileira, que é de 2,0 µg L-1.  Dessa forma, os resíduos de atrazina encontra-se em conformidade legal.

O pesquisador Scorza Júnior explicou que “os resultados servem como um diagnóstico do nível de exposição do Rio Dourados aos agrotóxicos utilizados nos principais sistemas de produção da região em estudo, fornecendo dados técnicos-científicos para aprimoramento de políticas públicas (por exemplo, inclusão de agrotóxicos não previstos na legislação brasileira que regula valores máximos permitidos desses compostos em águas superficiais)”.

Parcerias

Luciano Loubet, promotor de justiça do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, reforça a importância da parceria e agradeceu a Secretaria de Meio Ambiente, a Iagro e a Embrapa. “Temos tido muito apoio com esse braço técnico, principalmente quando tem reflexo no produtor. O Ministério Público financia pesquisa aplicada para buscar soluções para o ambiente e a produção. O setor produtivo é essencial para dizer o que, porque aplica e, assim, encontrar-se soluções para minimizar impactos dos agrotóxicos”, falou Loubet.

Oliveira reforça a importância das parcerias e exemplifica com o Termo de Acordo de Cooperação Técnico Científico entre a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal do MS) e o Crea-MS (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de MS) assinado no último dia 09 de abril deste ano. “A finalidade é intensificar as ações de conscientização sobre o uso correto e seguro de agrotóxico, além do descarte correto das embalagens e sobras de produto, a qual a Embrapa Agropecuária Oeste já se coloca à disposição para contribuição”, diz e completa: “São essas parcerias que buscam conscientizar, levar conhecimento e especialmente, disponibilizar informações pautadas em conhecimento técnico científico que contribuem com a sociedade, indo do setor produtivo ao consumidor de modo geral.”

Vânia Abreu de Mello, presidente do CREA-MS, ressaltou também a importância da parceria entre as instituições e citou um dos convênios que considera como mais importantes que assinaram no início da gestão. “Visa a responsabilidade dos profissionais juntos a Iagro para que a sociedade realmente seja protegida. Convênio de multicooperação com a Iagro que vai trazer bons frutos da nossa sociedade.”

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