Conselheira do TCE critica qualidade da educação pública em Dourados
Em audiência pública, Marisa Serrano apresentou resultados de auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Estado em 27 escolas municipais
A qualidade da educação pública oferecida em Dourados foi criticada pela conselheira Marisa Serrano, do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul). Durante audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira (19) na Câmara de Vereadores, ela apresentou resultados de uma auditoria realizada nas escolas do município.
Além de apurar que a administração municipal não conseguiu cumprir metas já vencidas do Plano Nacional de Educação, o TCE demonstrou surpresa com o abandono de quadras esportivas, mobiliário e refeitório em condições ruins e banheiros danificados após vistoriar 27 das 81 unidades educacionais.
"Dos 13 que auditamos Dourados foi o que nós mais vimos problemas com a questão pedagógica. Tanto a Secretaria Municipal de Educação, quanto coordenadores, diretores e professores, têm que achar a saída. Tem que ser um esforço coletivo, incluindo também pais, conselhos e comunidade, para melhorar a educação de Dourados. A educação de Dourados frente aos outros 12 municípios da região está realmente precisando melhora sua qualidade", pontuou Marisa.
Segundo a conselheira, as vistorias feitas a partir do dia 4 de setembro em 27 escolas municipais foram definidas a partir de índices oficiais obtidos pelo TCE. "Enviamos questionários para pais, alunos e professores. Para nossa tristeza os professores foram os que menos responderam. Não tivemos o que a gente poderia esperar. Só 37% dos professores responderam aos nossos questionários", revelou.
Ao mencionar o Plano Nacional de Educação, Marisa Serrano afirmou que "a Prefeitura de Dourados não possui plano de ação para concretização dessas estratégias ainda". "A comissão de acompanhamento e monitoramento do Plano Municipal de Educação ainda está sendo implementada. Espero que realmente seja implementado", disse.
Sobre a meta de universalizar até 2016 a educação infantil de pré-escola para criança de 4 a 5 anos e 50% para crianças de 0 a 3 anos, a auditoria do TCE apurou que não houve cumprimento da primeira parte da meta 1, vencida em 2016. "Apenas 82% das crianças de 4 a 5 anos estão matriculadas. Portanto são 1072 crianças fora da escola faltando 54 novas salas de aula na previsão pelo número de 20 crianças por sala segundo a lei", detalhou.
Apesar de ainda não estar vencida, a segunda parte da meta também não está atendida, conforme a conselheira. "Apenas 38% das crianças de 0 a 3 anos estão matriculadas, são 1416 fora da escola, faltam 177 novas salas de aula", informou.
Participam da audiência representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da Secretaria Municipal de Educação, Defensoria Pública, educadores e vereadores.
