Com câncer e pesando apenas 26 kg, mulher definha à espera de tratamento em Dourados (veja o vídeo)
Para cuidar da esposa, marido de Cícera teve que parar de trabalhar. Hoje a família depende da boa vontade de amigos e familiares
Não é de hoje que a saúde pública é uma, se não a maior mazela de Dourados. O caso de Cícera Belarmino dos Santos, de 36 anos, mostra a realidade da saúde pública na segunda maior cidade do Mato Grosso do Sul.
Há seis meses ela definha enquanto aguarda por tratamento para um câncer no pâncreas. A família alega que a saúde de Cícera está cada dia mais debilitada. E apesar dos esforços, não conseguem um encaminhamento para que ela que seja submetida ao tratamento adequado. “Eu trabalhava como cozinheira antes de ficar doente. Eu trabalhei até quando eu aguentei, mas por causa da doença, do tratamento, tive q deixar de trabalhar. Agora o dinheiro que eu ganhava está fazendo falta em casa”, desabafou.
O marido, o pedreiro Antônio Alves Alcântara, de 42 anos, reclama do desdenho e descaso que passa quase todos os dias, quando peregrina pelos hospitais públicos da cidade à procura de tratamento para a esposa. Ele alega que ouve apenas vagas promessas que nunca se concretizam. “Minha esposa já perdeu quase 30 kg, agora pesa apenas 26 kg, está cada dia mais fraca. Ela nunca desiste, tenta fazer tudo sozinha, mas já não consegue mais dar conta de coisas simples”, relatou.
O marido contou também, que para poder cuidar da esposa está sem trabalhar, e agora a família conta com a ajuda de amigos e familiares para garantir a subsistência. Só de remédios, são pelo menos R$ 500 reais por mês, já que a maior parte dos medicamentos não são encontrados nos postos de saúde. “Tem poucos dias que minha sogra morreu, ela nos ajudava muito e cuidada da filha dela, minha esposa. Mas agora que ela se foi a responsabilidade é toda minha, então não consigo nem trabalhar, passo o dia inteiro cuidando dela e correndo atrás de atendimentos nos hospitais”, complementou.
A reportagem da 94fm foi até a residência de Cícera, na Rua Projetada C, 45, no bairro União Douradense, onde conferiu de perto a realidade e o drama da família. Mesmo muito fraca e com voz trêmula, Cícera quis desabafar e tornar pública a sua indignação, que está expressa no vídeo a seguir: