Cabos e soldados da PM não recebem fardamento desde 2006; efetivo também está defasado
Outra reivindicação da classe é com relação ao salário. Militares pedem 27% de reajuste imediato ou 68% em três parcelas
Há seis anos os policiais militares de Mato Grosso do Sul não recebem fardamento do governo do Estado. A informação é do diretor da Associação de Cabos e Soltados de Dourados e Região, o cabo Aparecido Lima, que está à frente da instituição há três anos.
O cabo Lima explica que desde 2006 os militares precisam arcar do próprio bolso para substituir a vestimenta. “Uma farda, se bem cuidada, dura no máximo dois anos, depois disso o militar precisa comprar uma do próprio bolso, ao custo médio de R$ 180,00. Com o coturno é a mesma coisa. Imagina só um calçado que você usa todo dia, não tem como durar muito tempo. Um novo, de qualidade razoável custa pelo menos R$ 120,00”, explica.
Efetivo
Outro problema enfrentado pela classe é a falta de efetivo. O diretor da associação afirma que somente nos últimos meses mais de 30 policiais se aposentaram em Dourados e região, porém, não foram repostos.
“O déficit de efetivo é muito grande aqui na região. Os últimos concursos praticamente só serviram para repor os aposentados e os exonerados. Como não tem gente suficiente, os militares precisam fazer escalas extras para não deixar a população sem segurança. A maioria faz muito mais horas do que são obrigados, mas ninguém recebe horas extras”, complementou.
Salários
A questão salarial é outra luta antiga da classe. De acordo com o cabo Lima, na última proposta enviada ao governo do estado, os policiais pedem 27% de aumento imediato ou então 68% divididos em três parcelas, com a última vencendo em 2015.
TAF
Como se não bastassem os problemas acima citados. Os militares ainda sofrem com a falta de incentivo para garantir o condicionamento físico adequado. Lima relata que muitos militares são considerados inaptos no TAF (Teste de Aptidão Física), que ocorre periodicamente.
“O problema é que ao ser considerado inapto o militar fica impedido de concorrer a promoções internas, não sobe de cargo. Porém, para continuar exercendo a função de policial ele é apto. Isso é uma contradição”, reclama.
Conforme Lima o ideal seria que a corporação tivesse um programa interno, que incentivasse a manutenção do condicionamento físico considerado ideal. Para isso, há necessidade de um local para a prática de exercícios físicos, como também o acompanhamento de profissionais formados em educação física.