Após morte na UFGD, diretor de Faculdade desabafa e cobra serviço de emergência no campus

Médico Julio Croda ajudou a atender a ocorrência na manhã de terça-feira na UFGD (Reprodução/Facebook)
Médico Julio Croda ajudou a atender a ocorrência na manhã de terça-feira na UFGD (Reprodução/Facebook)

Diretor da Faculdade de Ciências da Saúde na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), o médico Julio Croda cobrou a instalação de um serviço de urgência e emergência no campus universitário. Ele reiterou essa reivindicação através de publicação numa rede social na noite de terça-feira (19), após a morte de um aluno em sala de aula.

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Anacleto Tamporoski, de 60 anos, morreu após sofrer um aparente infarto fulminante enquanto assistia aula no curso de Ciências Sociais. Isso aconteceu aproximadamente as 10h, na sala 2 do Bloco B da Faculdade de Ciências Humanas. Colegas de turma informaram à 94 FM que a ambulância da UFGD demorou até chegar e os primeiros socorros foram prestados por estudantes com noções de primeiros socorros.

Julio Croda foi o primeiro médico a atender essa ocorrência, depois de ter sido chamado às pressas por estudantes que testemunharam o caso. “Fui abordado por dois alunos bastante angustiados que me relataram que um aluno estava passando mal. Coloquei minhas coisas na sala da direção, e me dirigi ao bloco B. No caminho encontrei uma professora e outros alunos desesperados e nesse momento percebi que se tratava de um caso grave”, declarou em uma rede social.

Ainda segundo o médico, no local ele constatou que Anacleto já estava em parada cardiorrespiratória há algum tempo. “Não tinha pulso, respiração e sua pupila já estava fixa. Iniciamos a respiração boca a boca e com ajuda de outro aluno a massagem cardíaca. Durante os próximos 5 a 10 minutos tentamos a reanimação sem sucesso até a chegada do SAMU [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência]”.

“O SAMU fez novo procedimento com intubação orotraqueal e drogas vasoativas, sem resposta, o paciente permanecia em asistolia. Constatamos o óbito por volta das 11:00. O SAMU tinha outra ocorrência, comunicou os familiares por telefone e se retirou do local. Como o óbito ocorreu no local, o SAMU não poderia transportar o corpo”.

O diretor da Faculdade de Ciências da Saúde na UFGD relatou que comunicar os familiares da vítima foi extremamente doloroso. “Perguntei a filha sobre o histórico de doença e foi me apresentado uma serie de exames e laudos que constatava que seu Anacleto possuía um problema de coração muito grave”, diz. “Acreditamos que seu Anacleto teve um infarto fulminante. Se poderíamos ter evitado esse óbito mesmo se tivéssemos todo o suporte necessário, nunca saberemos”.

A partir dessas informações, Julio Croda pontuou fatores que julga importantes para evitar novas ocorrências dess tipo. Entre eles, estabeleceu como fundamental a “presença de um serviço de urgência e emergência compartilhado e organizado entre UFGD, UEMS [Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul], aeroporto e secretaria de saúde de Dourados”.

“Nos últimos 3 anos, esse é a terceira emergência que atendo na UFGD. Durante reunião em 2013 com o DCE (Tatus) e o CACES (João Raphael) já tinha apresentado toda a minha preocupação com a situação e manifestado meu apoio às reivindicações do DCE. Precisamos o mais rápido possível de um serviço de urgência e emergência no Campus”, defendeu.

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