Após protesto, prefeitura diz que pagará 13º salário 'da maioria dos servidores'
Informativo indica que receberão apenas 3.727 profissionais de um quadro que há um mês, quando houve o segundo mês seguido de atraso salarial, contava com 7.162 pessoas
Horas após protesto realizado por profissionais da Rede Municipal de Ensino, a Prefeitura de Dourados informou que começará nesta semana a pagar o 13º salário do funcionalismo público. Contudo, a matéria divulgada pela Assessoria de Comunicação Social pontua que nem todos os servidores vão receber.
Sob o título "Prefeitura paga esta semana o 13º da maioria dos servidores", o informativo indica que receberão apenas 3.727 profissionais de um quadro que há um mês, quando houve o segundo mês seguido de atraso salarial, contava com 7.162 pessoas. Coincidentemente, os beneficiados são das únicas categorias que criticaram publicamente a situação.
Na sexta-feira (15), profissionais de enfermagem da Funsaud (Fundação dos Serviços de Saúde de Dourados) que atuam na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e no HV (Hospital da Vida) fizeram uma manifestação e alertaram para uma possível greve ou paralisação em protesto. E hoje foi a vez dos educadores protestarem na Praça Antônio João.
Ao citar como fonte o secretário municipal de Fazenda, João Fava Neto, a prefeitura detalha que "com recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) será pago o 13º de 2.655 professores e, com recursos da MAC (Média e Alta Complexidade), do Governo Federal, será possível pagar os profissionais da área da saúde, num total de 1.072, que recebem até R$ 3.400,00 líquidos".
"Segundo ele [Fava Neto], não será possível pagar a totalidade do funcionalismo, por conta da crise financeira que já é do conhecimento dos servidores e da população em geral", destaca a administração municipal, atribuindo essa incapacidade "ao advento dos PCCRs (Planos de Cargos, Carreiras e Remuneração) das diversas categorias do funcionalismo, aprovados no ano passado e que gerou um acréscimo de R$ 64 milhões na folha salarial de 2017".
"Mantivemos contatos com bancos, em busca de financiamentos para o 13º, contudo, a rede bancária não abriu portas a Dourados, pois a carteira da prefeitura foi vendida pela gestão anterior, de 2016 até 2019, o que faz com que os bancos não tenham interesse em uma negociação", justificou o secretário municipal de Fazenda.