Albino Mendes é exonerado de cargo no gabinete de Délia após polêmica

Ministério Público Estadual identificou nepotismo na nomeação do filho dele na UPA e recomendou exoneração de um dos dois

Albino Mendes é presidente local do PR, partido da prefeita Délia Razuk (Foto: André Bento)
Albino Mendes é presidente local do PR, partido da prefeita Délia Razuk (Foto: André Bento)

Presidente do Diretório Municipal do PR (Partido da República), sigla a qual é filiada a prefeita Délia Razuk, o ex-vereador Albino Mendes, de 71 anos, foi exonerado do cargo de “Assessor Especial II”, símbolo DGA- 02, lotado no gabinete da mandatária. Ele mesmo pediu para sair após recomendação do MPE-MS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), que estabeleceu prazo de 10 dias para que isso ocorresse.

Leia também:

-MPE vê nepotismo e recomenda que Délia exonere assessor ou filho dele

-Reforma administrativa de Délia dará status de super secretaria a Governo

No dia 17 passado o promotor Ricardo Rotunno, da 16ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social recomendou que fossem exonerados o assessor ou seu filho, o médico Everton Basilio Pacco Mendes, nomeado no dia 2 de fevereiro para ocupar Emprego de confiança exercendo a função de Diretor Técnico – UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Nessa ocasião, o MPE deixou claro que o não acatamento ao recomendado implicaria em eventuais “providências judiciais e extrajudiciais pertinentes para garantir a prevalência das normas de proteção ao patrimônio público e social de que trata esta recomendação”.

A Promotoria alegou ter apurado “a ocorrência da prática de nepotismo no âmbito da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados, porquanto o Diretor Presidente Albino Mendes procedeu à nomeação de seu descendente Everton Basílio Pacco Mendes para o exercício do cargo em comissão de Diretor Presidente da UPA”.

Isso porque Albino Mendes foi nomeado diretor-presidente da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde de Dourados) no dia 2 de janeiro e embora tenha sido exonerado no dia 3 passado, ocasião em que alegou ser necessário o afastamento para evitar problemas com nepotismo quando seu filho fosse nomeado na UPA, teve a exoneração revogada e permaneceu mais seis dias a pedido da própria chefe do Executivo, para resolver questões burocráticas.

Somente no dia 9 de fevereiro o ex-vereador foi efetivamente desligado da Funsaud, quando houve a nomeação para o cargo de Assessor Especial II DGA-2 no gabinete da prefeita.

Essa movimentação política chamou a atenção do MPE. Na recomendação, o promotor considerou que “após clara e explícita negociação política, mais uma vez escancarada através da mídia douradense, Albino Mendes foi nomeado para exercer o cargo em comissão de assessor especial II, vinculado diretamente ao gabinete da Prefeita Municipal (Decreto ‘P’ n. 076, de 13 de fevereiro de 2017)”, ação que segundo ele “viola o princípio da moralidade administrativa, na medida em que restou clara a tentativa dos envolvidos de ludibriar, principalmente a sociedade, dando ares de legalidade à manutenção de pai e filho em cargos de confiança vinculados, ainda que indiretamente, ao Gabinete da Chefe do Poder Executivo”.

Agora, com a exoneração a pedido e válida a partir de 22 de fevereiro do cargo de provimento em comissão de “Assessor Especial II”, símbolo DGA- 02, lotado no Gabinete da Prefeita Municipal, cujo salário informado no Portal da Transparência da Prefeitura de Dourados é de R$ 6.632,73, Albino Mendes atende a recomendação do MPE.

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.