Fechado há dois anos, aeroporto de Dourados só deve voltar a operar em 2024
Excutada pelo Exército Brasileiro, obra de ampliação da pista de pousos e decolagens deve totalizar mais de R$ 90 milhões, segundo oficial que garante ter superado desafios com solo da região
Fechado para obras de ampliação da pista de pouso e decolagens há mais de dois anos, desde o dia 1º de maio de 2021, o Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, em Dourados, só deve voltar a operar em 2024.
A avaliação é do coronel Alexandre Vasconcellos, militar do Exército Brasileiro que concedeu entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (16) promovida pela Aced (Associação Comercial e Empresarial de Dourados). Não havia representante da prefeitura, embora o aeroporto seja administrado pelo município.
Ele informou que apesar do prazo para concluir as obras até 31 de dezembro de 2023, deve entregar em no máximo 90 dias. No entanto, como a Prefeitura de Dourados ainda precisará obter a homologação da pista junto aos órgãos competentes, o oficial estima que isso ocorra até março de 2024.
“Os testes de capacidade já foram aprovados. Estamos fazendo correções de superfície. Capacidade da pista está já testada e aproada. Fazemos testes de acompanhamento. Os ensaios são diários”, esclareceu.
Sobre o tempo de obra já transcorrido, o coronel cita os desafios enfrentados. “O solo aqui é classificado como colapsível, é um solo difícil de trabalhar. Com água expande, e com sol fica um torrão. Solo que tem que ser trabalhado na umidade correta e exige compatcação muito detalhada para atingir o nível de compactação e carga necessários”, detalhou.
Segundo o militar, até a etapa de terraplanagem foi difícil e na parte de drenagem, foi necessário reforço do subleito porque “o subsolo ficava como se fosse uma areia movediça”. “Essa parte já foi vencida”, assegura.
Orçamento
Ainda de acordo com o coronel Alexandre Vasconcellos, o orçamento inicial de R$ 49 milhões remete ao período no qual só havia um anteprojeto, no governo Michel Temer. “Depois iniciou-se a elaboração do projeto básico e executivo”, explica, acrescentando que a Infraero foi contratada para supervisionar.
“O primeiro orçamento da obra com projeto, data-base janeiro de 2020, foi de R$ 72,7 milhões. O preço de largada é R$ 72,7 milhões. Mas o preço dessa data-base a cada ano, por lei, tem reajuste pela inflação, pelos indicadores do DNIT, e está em R$ 88,4 milhões hoje. Ainda temos para receber reajuste de 2022 para 2023 e dos serviços que foram feitos e não estavam previstos no projeto. Vai passar um pouco de R$ 90 milhões”, pontua.
Quanto à homologação da pista reformada e ampliada, o oficial do Exército Brasileiro esclareceu que a Prefeitura de Dourados já tem atuado junto aos órgãos competentes. Já o novo terminal de embarques e desembarques deverá ser licitado pelo Governo de Mato Grosso do Sul.