Acusações do Conselho de Saúde são preocupantes, diz diretor do Hospital Universitário

Diretor diz que declarações da presidente do Conselho de Saúde são fora de propósito

Na opinião do diretor-geral do Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), professor doutor Wedson Desidério Fernandes, as acusações da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice de Oliveira Machado, são no mínimo preocupantes. Na opinião do diretor, as declarações são completamente fora de propósito e acontecem justamente em um momento de reorganização da estrutura da instituição, a partir da parceria com a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).

Conforme publicado ontem no site da rádio 94FM, a presidente, entre outras declarações, acusa os hospitais Universitário e Evangélico de “provocarem” o caos na saúde pública e defende que a gestão destas instituições seja feita pela Prefeitura. Na mesma entrevista a presidente diz, ainda, que o problema não é falta de recursos e contesta que alguns procedimentos e serviços sejam prestados pelo HU/UFGD com recursos próprios.

“É preocupante que a senhora presidente do Conselho coloque neste momento e desta forma sobre a instituição que é a principal servidora do SUS na macrorregião e referência para serviços como Ginecologia e Obstetrícia, pediatria, neonatologia e que atende com 50 leitos críticos de UTI”, argumenta o diretor.

O diretor afirmou que o Conselho Municipal de Saúde sempre foi um parceiro no desenvolvimento de uma saúde de qualidade para toda a região e disse estranhar tais declarações justamente em um momento de transição do modelo de gestão do Hospital Universitário com a adesão à Ebserh, uma empresa pública estatal que vem para solucionar problemas crônicos enfrentados em todo o país. “Com a nova gestão da Ebserh, já iniciamos um processo de reorganização da estrutura, com novas contratações para reduzir os gargalos estruturais, além de reformulação da área física e do parque tecnológico da instituição, melhorando ainda mais a qualidade do serviço prestado”, garante.

Hospital Universitário

Pela sua característica de hospital-escola, o HU/UFGD tem como prioridade a formação médica de qualidade, profissionais estes que poderão atuar na região e mudar o atual panorama da saúde em Mato Grosso do Sul a médio prazo. Outro foco do hospital é também a assistência em saúde com qualidade, o que pode ser demonstrado pelas pesquisas de satisfação de usuários – que no mês de julho alcançaram o índice de 81%.

Além dos serviços de referência, o HU/UFGD também atua com 30 especialidades médicas para atendimento ambulatorial especializado e cirúrgico, além de uma moderna estrutura de imagem (incluindo exames de tomografia e mamografia), laboratório de análises clínicas com equipamentos de ponta e no desenvolvimento de projetos como ampliação dos leitos de saúde mental, assistência domiciliar, leitos para tratamento de AVE (Acidente Vascular Encefálico).

Ao contrário do que afirma a presidente do Conselho de Saúde, que demonstra desconhecer as cláusulas da contratualização e principalmente os serviços oferecidos pelo HU/UFGD, o diretor cita uma série de procedimentos que são executados pela instituição sem financiamento com o município. Entre eles, estão sete leitos de HIV/Aids, gestação de alto-risco, PAP (Pronto Atendimento Pediátrico) e PAC (Pronto Atendimento Clínico). Por mais de dois anos, a instituição também atuou com 30 leitos de UTI sem financiamento, apenas com recursos oriundos do MEC.

Por fim, o diretor informa que concorda com a presidente do Conselho Muncipal de Saúde quando esta diz que as ações da saúde pública deveriam ser mais voltadas à prevenção, o que naturalmente reduziria os custos na parte curativa. Porém, sobre este assunto a presidente deve tratar com a Prefeitura de Dourados, já que a atenção básica é municipalizada, e não atribuição dos hospitais da cidade.