Mulheres de centro e de direita são a maioria entre as prefeitas eleitas em 2024
A maioria das escolhidas entre os dois turnos representa partidos de direita ou centro-direita
Após o segundo turno das eleições é possível analisar o desempenho das 728 mulheres eleitas como prefeitas em 2024, 82,5% representam partidos de direita ou centro. O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) lidera com o maior número de escolhidas: 130. O Partido Social Democrático (PSD) conseguiu eleger 104, e o Progressistas (PP), 89.
Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um crescimento significativo na participação de mulheres de direita e centro na política. Das 10.646 vereadoras que ocuparão as Câmaras Municipais em 2025, 4.923 são de centro (46%) e 3.633 (34%) de partidos à direita. As 2.090 vereadoras de esquerda representam 20% das eleitas no país, conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).No segundo turno, 15 mulheres disputaram a cadeira de prefeito em 13 municípios. Delas, só cinco conquistaram o pleito: Adriane Lopes (PP), em Campo Grande (MT), com 51,45%; Elizabeth Schmidt (União Brasil), em Ponta Grossa (PR), com 53,72%; Emilia Correa (PL), em Aracaju (SE), com 57,46%; Elisa Araújo (PSD), em Uberaba (MG), com 55,60%; e Mirella (PSD), em Olinda (PE), com 51,38%. Nenhuma candidata de esquerda foi eleita nesta etapa do pleito.
A maioria das escolhidas entre os dois turnos representa partidos de direita ou centro-direita, com 348 nomes mais votados no primeiro turno, 47,9% no total. Em seguida vem os partidos de "centrão", com 251 de gestoras. As prefeitas de esquerda e centro-esquerda são 129.Em Campo Grande, o segundo turno foi disputado pela primeira vez por duas mulheres. Reeleita na capital sul-matogrossense, Adriane Lopes, do Progressistas, é apadrinhada pela senadora Tereza Cristina (PP) e recebeu o apoio de Jair Bolsonaro (PL) pelas redes sociais no segundo turno. A ex-deputada Rose Modesto (União) foi a rival de Adriane e perdeu a disputa por uma diferença de pouco menos de 3% de votos. Outro nome feminino ligado ao ex-presidente é Emilia Correa, do PL, que se tornou a primeira mulher prefeita de Aracaju. O recorde no número de candidaturas femininas – a maior desde 2000 – não se converteu em aumento significativo no número de mulheres eleitas. Ou seja, mulheres estão se candidatando mais, mas não estão sendo eleitas em maior proporção.