Madrasta admite ter matado Bernardo, mas diz que foi acidente

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Durante cerca de uma hora, a madrasta do menino Bernardo prestou depoimento à Polícia Civil. Graciele Ugulini falou aos três delegados responsáveis pelas investigações. Acompanhada do advogado, admitiu ter matado o garoto, mas que teria sido um acidente. Disse que a morte ocorreu após a aplicação feita por ela de um medicamento no menino. Graciele também isentou a participação do pai de Bernardo, o médico Leandro Boldrini, de envolvimento no crime, conforme disse o advogado dela Vanderlei Pompeo de Mattos à RBS TV.

"Isentou o esposo, isentou o esposo. Isso ela participou pra mim depois que ele não tem nada que ver com a situação", conta o advogado

O depoimento de Graciele Ugulini ocorreu dentro da Penitenciária de Ijuí, onde ela cumpre prisão temporária. Ainda de acordo com o advogado, ela também falou sobre a viagem que fez de Três Passos até Frederico Westphalen no dia 04/04, data em que a Polícia acredita que o menino tenha sido morto.

"Ela sustentou que ela foi fazer negócios em Frederico (Westphalen). Não tinha um propósito macabro, vamos dizer assim. E começou no caminho o problema", destaca Pompeo de Mattos.

O corpo do menino Bernardo foi encontrado no interior de Frederico Westphalen no dia 14 de abril. Sobre qual a participação de Graciele no crime, o advogado Vanderlei Pompeo de Mattos apenas disse que não houve premeditação. Graciele Ugulini, Leandro Boldrini e a assistente social Edelvânia Wirganovicz estão presos por suspeita de participação no crime.

Entenda o caso

Bernando Uglione Boldrini foi encontrado morto no dia 14 de abril, após dez dias desaparecido. O corpo do jovem estava em um matagal, enterrado dentro de um saco, na localidade de Linha São Francisco, em Frederico Westphalen. O menino morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de 1 ano, no município de Três Passos.

O pai chegou a afirmar que o garoto havia retornado com a madrasta de uma viagem a Frederico Westphalen, no dia 4, quando teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Bernardo deveria voltar no final da tarde do dia 6, o que não ocorreu.

Após dez dias de investigações, foram presos o pai, a madrasta e uma amiga dela. A suspeita é de que o menino tenha sido morto com uma injeção letal. Em entrevista coletiva, a delegada Virgínia Bamberg Machado, responsável pelo caso, afirmou não ter dúvidas do envolvimento dos três na morte de Bernardo.