Líder do MTST afirma que a repressão está acontecendo nas ruas, mas que luta vai até o fim
Em dois dias, cinco pessoas foram presas em protestos que apoiam a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Na manhã desta terça-feira (30), a PM (Polícia Militar) de São Paulo prendeu três militantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e uma outra pessoa que passava pela praça Campo de Bagatelle, nas proximidades da Marginal Tietê, local das prisões.
De acordo com o líder do MTST, Guilherme Boulos, estão presos no 11º DP a militante Jussara Basso e os militantes Marcelo Lima e José Batista dos Santos. No 13º DP, está preso Bruno Filipe Camacho. Todos são acusados de “dano ao patrimônio” e os delegados dizem ter orientação de mante-los presos, ainda que de forma totalmente arbitrária.
A Polícia Militar informou que prendeu apenas um homem na praça porque as pessoas que participavam do protesto atearam fogo em uma grande quantidade de pneus, o que poderia gerar riscos, principalmente aos motoristas que passavam pela marginal Tietê, sentido zona leste. O manifestante ajudava a descarregar os pneus na via, segundo a PM.
Ao ONDDA, Boulos afirmou que o que ocorreu foi uma repressão inadmissível e que “a luta vai continuar pela democracia”. Ele afirmou que o MTST e outros movimentos de esquerda travaram São Paulo e outras grandes cidades do país para lutar “contra o governo ilegítimo de Michel Temer e aliados golpistas”.
Vários pontos de bloqueio foram feitos pelo MTST na cidade durante a manhã. Com isso, a cidade chegou a ter 105 quilômetros de congestionamento, de acordo com a CET (Companhia Estadual de Trânsito). Entre as vias travadas estão a avenida João Dias, marginal Pinheiros, avenida Professor Francisco Morato, avenida Jacu Pêssego e avenida 9 de Julho.
Ao final dos protestos, no fim na manhã, Boulos afirmou aos militantes do MTST que a ideia que dispersar porque a intenção não era fazer com que ninguém fosse preso ou machucado por PMs, como aconteceu na noite de ontem na avenida Paulista e rua da Consolação. Ontem, um rapaz acabou detido pela PM e levado ao 77º DP.
“Chamamos a atenção para o que queríamos, depois marchamos até o metrô Butantã e encerramos o ato. A ideia é continuarmos na luta por moradia e por tirar o governo golpista do poder durante os próximos dias. Vai ter luta até o fim”, finalizou Boulos.