Filha de trabalhador rural obtém direito de receber pensão por morte

Para magistrados, ficou comprovado que segurado exerceu atividade campesina

  • Assessoria/TRF3
INSS deve conceder pensão por morte a menor de idade, filha de um trabalhador do campo que faleceu em 2017 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
INSS deve conceder pensão por morte a menor de idade, filha de um trabalhador do campo que faleceu em 2017 (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A Décima Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3) determinou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) conceder pensão por morte a menor de idade, filha de um trabalhador do campo que faleceu em 2017.

Para os magistrados, ficou comprovado que o segurado exerceu atividade rural em período imediatamente anterior ao óbito.

A autora acionou o Judiciário solicitando o benefício por ser menor de idade e depender economicamente do pai. Após a Justiça Estadual de Teodoro Sampaio/SP, em competência delegada, ter julgado o pedido improcedente, ela recorreu ao TRF3.

Ao analisar o caso, o desembargador federal Baptista Pereira, relator do processo, explicou que o extrato do Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) revelou que o homem manteve vínculos empregatícios formais entre 1991 e 2011 e usufruiu do auxílio-doença de 2011 a 2012.

Segundo o magistrado, para demonstrar o exercício de atividade rural, a autora apresentou cópias de documentos do pai, como ficha cadastral de produtor rural e nota fiscal de comercialização de mandioca.

Além disso, testemunhas declararam que o homem trabalhou como rurícola em diversas propriedades.

“O conjunto probatório está apto a demonstrar que o falecido exercia a atividade rural sem registro, mantendo, portanto, a qualidade de segurado da Previdência Social”, acrescentou o relator.

A Décima Turma, por unanimidade, reformou a sentença e determinou a concessão do benefício de pensão por morte.

“O termo inicial deve ser fixado na data do óbito, tendo em vista que contra os menores impúberes não corre a prescrição”, concluiu o relator.

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