Depois de ser xingada, grávida responde desfilando com mais 6 mulheres

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Devido à repercussão negativa do ensaio do fotógrafo Alexandre Perigo com sua esposa grávida de lingerie pelas... (LEO FONTES / O TEMPO)
Devido à repercussão negativa do ensaio do fotógrafo Alexandre Perigo com sua esposa grávida de lingerie pelas... (LEO FONTES / O TEMPO)

Agredida verbalmente nas ruas e nas redes sociais depois de fazer um ensaio fotográfico de lingerie exibindo a barriga de nove meses de gravidez, a modelo Paola Lopes, de 30 anos, se reuniu com outras grávidas para responder a seus agressores. As sete mulheres desfilaram de roupa íntima no início desta tarde de sábado (18), pelas ruas de Lourdes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, para mais uma sessão de fotos, batizada de Gestantes Valentes.

Ao ser fotografada, Paola segurava uma plaquinha com um recado objetivo: "Me xingaram, machistas? Voltei com as amigas!!". Convocadas pelas redes sociais, 125 mulheres procuraram Paola e o marido, o fotógrafo Alexandre Périgo, 45, para participarem da manifestação. "Dessas tantas, sobraram seis. Muitas não vieram porque os maridos não deixaram, o que só reforça a importância de fazermos o protesto", diz Paola.

Elas se concentraram na praça Luiz de Camões e, depois de posarem por lá, seguiram  pela rua Curitiba, sob olhares de curiosidade e reprovação de lojistas, funcionários e passantes. Ao atravessarem a rua, um motorista gritou: "Que pai vai criar esses filhos?".

Ninguém respondeu à pergunta. Mas não precisava: é para homens (e mulheres) com este tipo de mentalidade que elas desfilavam. "Quero que minha filha, que está aqui na minha barriga, nasça em um mundo diferente. Que ela possa se sentir bonita e sexy quando estiver grávida", diz a veterinária Marcela Ortiz, 32.

"Por que toda grávida tem que se esconder atrás de batas largas? Continuamos sendo mulheres. Como todas as outras, temos o direito de expressarmos nossa sensualidade", completa a educadora física Tarciane Pinheiro, 30.

Já a jornalista Risiane Costa, 28, foi à manifestação acompanhada pelo marido, o motorista Sérgio Ricardo de Almeida, 27, e o filho Antônio, 5. "Quem agrediu a Paola está completamente fora da realidade e da atualidade. Estou me sentindo poderosa", afirma.

Caminhando um pouco mais debaixo de sol forte e sobre saltos altíssimos, vestindo rendas e cintas-ligas, as  grávidas pararam no bar Seu Cadim. Pediram água, mas não tiveram o pedido atendido.  O gerente do lugar, que se identificou somente pelo primeiro nome, Lindomar, se recusou a servi-las. "É orientação do dono. Não tenho autorização para servir porque elas estão de lingerie", tentou se justificar.

Alexandre tomou a recusa como ofensa. "Isso é discriminação. O mínimo que ele vai tomar é um processo", promete o pai de Leonardo, o bebê que Paola espera para os próximos dias.

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