Bois mortos continuam no fundo do rio Pará

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Retirada de óleo continua. Os bois mortos permanecem no fundo do rio (Agência Pará)
Retirada de óleo continua. Os bois mortos permanecem no fundo do rio (Agência Pará)

A Companhia Docas do Pará (CDP) ainda não informou às autoridades ambientais do Pará como fará a retirada, transporte e destinação final dos bois que estão em decomposição dentro do navio Haidar, naufragado dia 6 de outubro no porto de Vila do Conde, em Barcarena, às proximidades de Belém. Na próxima sexta-feira (27) expira o prazo dado pelo Poder Judiciário para o encaminhamento de uma solução para o problema. As informações são da Agência Pará.

O plano de ação, cobrado pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) desde 7 de outubro, dia seguinte ao acidente, é o único empecilho para a retirada de mais de quatro mil animais submersos no rio Pará. A Semas já notificou cinco vezes a CDP e as empresas Minerva Food, Servport Serviços Marítimos e Global Agência Marítima, envolvidas no caso.

O Ministério Público Federal, o Ministério Público do Estado e a Defensoria Pública do Pará pediram à Justiça Federal que determine a indisponibilidade dos bens das empresas e o bloqueio das contas da CDP até que a questão seja resolvida. Além do plano de ação, os notificados devem formular um diagnóstico ambiental da região afetada pelo desastre, mencionando a amplitude dos danos, e um plano de remediação,

A retirada do óleo do navio submerso é feita com mais diligência. A empresa contratada por seguradoras, a canadense Mammoet Salvage, usa brocas especiais com bombas de sucção acopladas e conta com o trabalho de mergulhadores especializados para esgotar as cerca de 700 toneladas de combustível confinadas no navio. Quase 70% desse óleo já foi resgatado. O cronograma da empresa prevê o fim da operação para sexta-feira que vem. Estima-se que somente a remoção do óleo custe R$ 6 milhões.

O custo da retirada e descarte dos bois submersos ainda não foi estimado, já que a CDP sequer indicou a empresa que fará o serviço e cujo plano de ação tem de ser aprovado pela Semas e pelo Ibama, obedecendo aos termos referenciais já indicados. Todo esse cuidado é necessário para evitar que se agravem os danos ambientais e aumente o sofrimento da população afetada pelo maior desastre ambiental já ocorrido em Barcarena.

O navio Haidar adernou no porto de Vila do Conde na madrugada do dia 6 de outubro, com quase 700 toneladas de óleo e cerca de cinco mil bois vivos que seriam levados para a Venezuela. O naufrágio demorou cerca de duas horas, quando os tripulantes tentaram salvar os animais. O governo do Estado mandou para Barcarena uma força-tarefa que se mantém no município até hoje, atendendo a população afetada pelo desastre.

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