“Hospital Evangélico poderá fechar as portas em 60 dias”, diz representante de comissão

A instituição tem uma dívida acumulada de mais de R$ 40 milhões. Caso não haja solução para a quitação dos débitos, o Hospital Evangélico poderá fechar as portas em 60 dias, segund...

  • Karina Veríssimo
Todos os funcionários do HE abraçaram à causa (Karina Veríssimo)
Todos os funcionários do HE abraçaram à causa (Karina Veríssimo)

Em manifestação, aproximadamente 300 funcionários do Hospital Evangélico realizaram passeata hoje (31) para mobilizar a sociedade a favor do maior centro de referência hospitalar do interior do estado. Segundo o representante da comissão dos funcionários, Demétrius Pareja, farmacêutico há 25 anos do HE, a situação é delicada e precisa de atenção urgentemente, caso contrário há o risco iminente da instituição de saúde fechar as portas em 60 dias.

“O HE é uma instituição filantrópica, ou seja, já vivenciamos outras crises, mas nenhuma delas se compara a situação atual. Enxergamos um ‘gigante com um pires na mão’ suplicando por ajuda dos governantes. Há um déficit mensal de mais R$ 1,2 milhões”, explicou Pareja. Para Ederson Rodrigues Leite, atendente do HE, embora a participação efetiva na passeata seja de aproximadamente 300 pessoas, todos os funcionários do HE estão imbuídos na luta.

“Somos em torno de mil funcionários. Nem todos puderam estar aqui agora porque precisam dar continuidade aos serviços de saúde, mas já imaginou a vida dessas famílias se o hospital fechar? Queremos a ajuda do prefeito, vereadores, governantes e da sociedade, de alguém que olhe por nós e veja que a situação é grave”, explicou o atendente.

“Temos uma dívida acumulada de mais de R$ 40 milhões, sendo que R$ 10 milhões são dívidas a serem pagas em curto prazo. Tememos acontecer a mesma coisa da Santa Casa de São Paulo, que era referência, mas teve que fechar as portas por não ter recursos suficientes para sanar as dívidas e adquirir materiais e medicamentos para o atendimento”, disse Pareja.

O Hospital Evangélico atende toda macro região de Dourados e até cidades do país vizinho, Paraguai, totalizando 800 mil pessoas. Anualmente, são duzentos mil procedimentos ambulatoriais; dez mil internações; vinte mil procedimentos de hemodiálise; trinta e cinco mil atendimentos em oncologia e mais de quinhentos procedimentos cardíacos. “Se fecharmos as portas, o Estado deverá dar providência ao atendimento dessas 800 mil pessoas. Onde será feito isso?”, indagou Demétrius Pareja.

Ainda segundo Pareja, em Dourados há um subfinanciamento de verbas. "Em Campo Grande, temos conhecimento que são repassados R$ 40 milhões à saúde por mês, coincidentemente, equivale à dívida do HE. Em Dourados, recebemos R$ 1,5 milhões, quando deveria receber pelo menos um terço do valor repassado a Campo Grande para a atenção baixa, média e alta complexidade", finalizou o farmacêutico.

A passeata teve concentração em frente ao Hospital Evangélico, seguiu ao Hospital da Vida e finalizou na Câmara de Vereadores, onde os manifestantes tem a expectativa que os vereadores os atendam e se mobilizem à causa.

Comentários
Os comentários ofensivos, obscenos, que vão contra a lei ou que não contenha identificação não serão publicados.
  • andreza

    andreza

    Engraçado né, maioria das consultas feitas no hospital sao totalmente pagas, os "governantes" responsaveis pelas verbas repassam o dinheiro, entao pra onde todo esse dinheiro esta indo?? certamente pro bolsos dos LADRAO que desviam o dinheiro da saude.. isso é um desrespeito com a saude douradense e demais regiao.. atençao hospital evangelico, ta na hora de trocar seus administradores, tirar esses ladrao dai vamos ver se aadministraçao financeira nao vai mudar..

  • PAULO CESAR PIRES

    PAULO CESAR PIRES

    Essa não é a primeira vez que isso acontece com o HE, esse hospital sempre prestou atendimento a população de Dourados e região, e por sinal atendimento de baixa qualidade, principalmente a classe mais baixa, já presenciei duas situações em que esse hospital deixou de atender ao SUS, no primeiro momento é com o intuito de dar um susto na administração, mas quando a grana alta deixa de entrar nos bolsos dos "desonestos do HE" eles vão a midia.A alta complexidade que o HE continua atendendo é a que mais remunera.Como um hospital desse porte pode ser tão mal administrado durante tantos anos?Como um hospital desse porte segundo informações dadas por eles só arrecada 1,5 milhao/mes?E pra lembrar de um passado não muito distante, o estado emprestou equipamentos de alto custo para essa "instituição" , e não devolveu mais.Pra terminar, quem pega emprestado e não devolve é LADRÃO.......ESTOU INDIGNADO PORQUE OS ORGÃOS RESPONSÁVEIS NÃO ACABAM COM ESSA NOVELA E EQUIPEM MELHOR O HU.

  • ana

    ana

    concordo .se eles querem fazer esse protesto .mas pelo menos tirasem os seus jalecos .

  • Joanteli

    Joanteli

    Lamentável, espero que não aconteça!Caos na educação e saúde de Dourados!Onde estão nossos representantes políticos para fazer alguma coisa em relação a isso, só na área de oncologia quantos pacientes são atendidos pelo Hospital Evangélico?Povo douradense vamos nos mobilizar ,fazer barulho, cadê a administração da nossa cidade?