“O advogado recebeu tiros do policial” diz delegado em reconstituição
A reconstituição sobre a morte do advogado Márcio Alexandre dos Santos, de 37 anos, aponta que ele recebeu tiros do policial federal. A informação é do delegado Adilson Stiguivits, que instaurou três inquéritos para investigar o crime. Um deles está encerrado.
A reconstituição do caso, na noite desta terça-feira (4), serviu para esclarecer dúvidas que surgiram após depoimentos do policial federal, que teve o nome preservado, e de um dos assaltantes, identificados como Isaac.
Na madrugada do último dia 25 de outubro, o advogado e o policial, numa Hilux SW4, pararam na Rua Albino Torraca, esquina com a Ciro Melo, centro da cidade. Márcio desceu para urinar, quando quatro assaltantes num veículo Gol os abordaram.
O policial revidou e o advogado ficou no meio do tiroteio. Após a reconstituição, o delegado Adilson Stiguivits falou com a imprensa, que acompanhou o trabalho policial.
Segundo o delegado, os depoimentos do acusado e do policial foram divergentes, ainda assim a reconstituição tirou muitas dúvidas como posição no momento dos disparos, para onde cada um correu após os tiros, posição dos veículos, detalhes que vão ajudar. "As diferenças apresentadas nos depoimentos serão confrontadas com o laudo pericial", disse Stiguivit.
Pela reconstituição, segundo ele, ficou claro que o advogado recebeu tiros do policial. Márcio Alexandre foi atingido com oito disparos. A princípio, o policial havia falado em depoimento que reagiu ao assalto e baleou o assaltante e que não viu se teria acertado o amigo.
O delegado disse também que o advogado e o policial haviam ingerido bebida alcoólica naquela noite, informação repassada pelo policial em depoimento e confirmada através de imagens de conveniências, onde os dois são vistos com aparência de embriagados.
Dos três inquéritos instaurados pelo delegado, um deles foi concluído na segunda-feira. Trata-se da investigação sobre os quatro acusados que realizaram o assalto. "Dois dos acusados desceram do carro para realizar o assalto", confirma Stiguivits. Porém, somente dois foram presos até agora.
Os outros já foram identificados, o proprietário do Gol utilizado no crime e o que roubou a Toyota Hilux SW4 do advogado. Há informação que o carro teria sido levado ao Paraguai.
Um outro inquérito apura as circunstâncias sobre a morte do advogado.
O desfecho será feito com a reconstituição do crime e pelos laudos periciais que estão em fase de conclusão. Embora ficou claro que o policial efetuou disparos contra o advogado, por enquanto ele responderá em liberdade, disse o delegado.
"É cedo para dizer se o policial vai responder por algum crime e que crime será. Depois dessas provas coletadas, periciais e testemunhas que ainda vão ser ouvidas, vamos chegar em uma conclusão", finalizou Adilson Stiguivits.