Esquecidos pela prefeitura, aprovados da Guarda Municipal esperam convocação
Após passar por todas as fases classificatórias do concurso público de 2016, grupo com 92 aprovados ainda não foi chamado para posse
Mais de um ano após a realização do concurso público para preenchimento de vagas na Guarda Municipal de Dourados, 92 aprovados seguem esquecidos pela prefeitura. Mesmo depois de terem passado em todos os testes impostos na disputa, o grupo assistiu na semana passada a posse de 272 concursados de outros setores sem que a administração municipal lhes tenha apresentado algum prazo efetivo para assumirem seus cargos.
“Fizemos a prova em 24 de abril do ano passado. Tivemos exame médico entre agosto e outubro de 2016, depois o teste de aptidão física no começo de dezembro e uma semana depois o psicotécnico. Desde então não houve nenhum ato formal. Teria que haver a convocação já para o início do treinamento”, explica Rafael Pereira, de 24 anos, um dos membros da comissão eleita para representar o grupo de aprovados e remanescentes.
Ao todo, são 92 pessoas já consideradas aptas a atuar no quadro de servidores efetivos do município. Douglatio de Sousa Brito da Cruz, de 24 anos, é um deles. Com a família no Maranhão, o jovem lembra que a incerteza sobre a convocação para posse no cargo o impede de ver a mãe, por exemplo.
“Fizemos uma reunião em março e pedimos para a prefeita um prazo para que pudéssemos nos planejar. Muitos colegas ficaram desempregados por já terem sido aprovados. Têm patrões que demitem por saberem que os funcionários não vão permanecer nas empresas porque só estão à espera da posse no concurso”, detalha.
Allan Raidan, de 25 anos, mais um membro da comissão que representa os 92 aprovados e remanescentes, diz que a prefeita Délia Razuk (PR) argumentou naquela oportunidade que em razão das dificuldades orçamentárias do município, só poderia convoca-los para posse em junho.
“Mas para isso são necessárias licitações para compra de equipamentos, uniformes, equipe de treinamento. E isso não aconteceu até agora”, pondera, justificando o receio de que a situação continue sem resolução. “Se já iniciar o planejamento orçamentário, tem condições de nos chamar. Mas se essa convocação ficar para o fim do segundo semestre é possível que seja empurrada só para o ano que vem. O que estamos pedindo não é nada que extrapole os limites do bom senso, é um direito nosso”.
Os concursados também destacam que o efetivo atual da Guarda Municipal está defasado. Além disso, a iminência de aposentadorias entre servidores ativos é apontada como razão para urgente convocação não apenas dos 92 aprovados, mas também dos remanescentes, aqueles que obtiveram classificação fora do número de vagas previsto no edital do concurso.
“Sempre acompanhamos a rotina dos agentes ativos, e sabemos de um efetivo baixo para atender a demanda, em inúmeras ocasiões eles têm que abandonar o posto para atender ocorrência. Viaturas que deveriam ter quatro agentes às vezes andam com só dois. O certo é um guarda para cada mil habitantes, conforme parâmetro de segurança da ONU [Organização das Nações Unidas]”, revela Raidan.
A reportagem da 94FM tentou contato com a Prefeitura de Dourados por meio da assessoria de comunicação social, mas foi informada que o expediente encerra às 13h30, antes do horário da ligação.